#04 Dossiê [em]curtas | MOSTRA COSTURE E CONVERSE: SOMOS COSTUREIRAS E O NOSSO TRABALHO REÚNE TÉCNICA, ARTE E CULTURA

 

ARTIGO
Por Regilan Deusamar Barbosa Pereira¹

¹ Doutora. Pesquisadora associada ao Laboratório de Estudos do Espaço Teatral e Memória Urbana
da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, e integrante do Grupo de Pesquisa
Transdisciplinar em Artes, Cultura e Sustentabilidade da Universidade Federal de São João Del Rei –
GTRANS-UFSJ.

Resumo:

Ao conectar práticas artesanais com tecnologias de informação e comunicação, como poderemos desenvolver o estudo da técnica e o pensamento artístico e crítico conjuntamente? Esta resposta está em fase processual, em busca da oportunidade de execução da sala de aula no ambiente virtual de aprendizagem, porém o vídeo realizado em dezembro de 2020 com o depoimento de cinco costureiras com formações e experiências amplamente distintas, residentes em São João Del Rei, município localizado no estado de Minas Gerais, evidenciou a necessidade de humanização desta tarefa de confecção do vestuário, que foi desvalorizada pelo sistema industrializado. Dada a primazia da veste nas distintas sociedades, pois as civilizações não se desenvolveram despidas, certamente o ofício do corte e costura deveria ter o reconhecimento social, mas prevaleceu o enaltecimento de restrito grupo de personalidades individuais, consagradas pela indústria da moda, enquanto considerável número de profissionais da costura foram sacrificadas na sua formação técnica e educacional, sujeitadas à operação de maquinário e salários irrisórios. Nestas condições as costureiras tiveram suas práticas de ateliês populares interrompidas, mas algumas ainda resistem. O vídeo Costure e Converse apresenta o depoimento dessas resistências. As análises realizadas por Gilles Lipovetsky a respeito da evolução das sociedades ocidentalizadas em O império do efêmero, se constituirão como matéria de confrontação aos depoimentos apresentados 1 Doutora. Pesquisadora associada ao Laboratório de Estudos do Espaço Teatral e Memória Urbana da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, e integrante do Grupo de Pesquisa Transdisciplinar em Artes, Cultura e Sustentabilidade da Universidade Federal de São João Del Rei – GTRANS-UFSJ. no vídeo. A estética do oprimido, de Augusto Boal e A pedagogia da autonomia de Paulo Freire conferirão as ferramentas teóricas para estudo crítico sobre os trabalhos confeccionados pelas cinco costureiras que falam de si e de suas atividades profissionais para a câmera do telefone celular, que se impôs como estratégia para agir de acordo com o distanciamento social demandado pela pandemia de covid-19, permitindo espaço de fala e possibilidades educacionais nas plataformas virtuais.

Palavras-chave: Corte e Costura. Educação. Cultura.

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Recebido em: 10/06/2021
Aprovado em: 27/06/2021

MINIBIOGRAFIA DA AUTORA: Regilan Deusamar Barbosa Pereira é cenógrafa, figurinista e doutora formada em 2018 pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – PPGAC-UNIRIO. Entre setembro de 2019 e julho de 2020 atuou como professora substituta das disciplinas de cenografia e indumentária no Curso de Teatro da Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ. Atualmente é pesquisadora associada ao Laboratório de Estudos do Espaço Teatral e Memória Urbana da UNIRIO e integrante do Grupo Transdisciplinar de Pesquisa em Artes, Culturas e Sustentabilidade – GTRANS da UFSJ.

REFERÊNCIAS

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