Edição II
Até 31 de janeiro de 2021, estão abertas as inscrições para o laboratório de ensaios de cinema intitulado F(r)icções. Trata-se de uma oficina online e gratuita com carga horária de 36h, visando a formação de sujeitos para leitura, interpretação e produção de conteúdo sobre cinema – com foco em filmes pernambucanos e brasileiros.
Nessa oficina, busca-se estimular olhares subjetivos a partir das experiências individuais dos participantes e das trocas coletivas a partir da triangulação entre três aspectos que atravessam os modos de ver e falar sobre os filmes – experiência, repertório e imaginação. O workshop será composto por três módulos independentes – centrados na produção de ensaios em texto, podcasts no formato de debate e vídeo-ensaios.
No primeiro módulo (12h) – Olhar, serão apresentados princípios da linguagem cinematográfica a partir da experiência do olhar sobre as imagens e dos principais formatos de escrita sobre cinema (resenha, crítica, ensaio etc.). Os participantes serão estimulados a escrever um texto a partir de um curta-metragem, recebendo orientação e avaliação de seu texto, sendo, posteriormente, reescrito e reenviado ao docente.
No segundo módulo (12h) – Fabular, será enfatizada a troca entre memórias e repertórios dos participantes por meio do diálogo na produção de podcasts. Eles serão estimulados a se dividir em grupos e produzir podcasts sobre curtas-metragens distintos, recebendo orientações sobre a escrita de roteiro, gravação e edição.
No terceiro módulo (12h) – Imaginar(-se), apresenta a forma vídeo-ensaio como forma de (re)imaginar as imagens e os significados de cenas de longas-metragens. Os participantes serão estimulados a produzir vídeos-ensaio com análises de cenas de um longa-metragem, recebendo a orientação sobre a escrita de roteiro, gravação e edição de um vídeo-ensaio.
Pretende-se abrir vinte (20) vagas para cada um dos módulos (totalizando 60 vagas), contando como público-alvo pessoas a partir de 16 anos da RMR e do interior de Pernambuco, com porcentagem de vagas para mulheres, pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, alunos e professores da rede pública de ensino.
Para inscrever-se, basta acessar AQUI.
Edição I
Contando com incentivo do Funcultura, a primeira edição de F(r)icções aconteceu de forma presencial e abrangeu as cidades de Triunfo, Caruaru e Recife, realizando parcerias com instituições e eventos locais. Em Triunfo, a oficina aconteceu no 10º Festival de Cinema de Triunfo, contando com 15 participantes na primeira turma (voltada para formação do júri do festival) e outros 10 na segunda (formada por estudantes do ensino médio). Para Caruaru e Recife, foram realizadas parcerias com o Armazém da Criatividade e o Porto Digital, respectivamente, e selecionados alunos e alunas que possuíam pouca ou nenhuma experiência com escrita da crítica.
Nos primeiros dias do F(r)icções, tomamos como fundamento o desejo de aliar estímulos à produção de presença e à elaboração de reflexões em torno dos regimes que compõem a(s) Teoria(s), História(s) e Crítica(s) de Cinema. Desta forma, exercitamos a disponibilidade do olhar por meio de curtas como Cordilheira de Amoras II e A festa e os cães, que geraram textos de diversos espectros – críticos, poéticos, filosóficos, ensaísticos etc.. Leia os textos resultantes desses exercícios AQUI.
Para os podcasts, propomos debates a partir dos curtas A onda traz, o vento leva, Nanã, Casa Forte e Fantasmas, na turma de Recife; e dos longas Doce Amianto, Esse amor que nos consome, O Ornitólogo e Elena, na turma de Caruaru. Para os videocasts, realizamos sessões de Clube da Luta (em Caruaru) e A cidade é uma só? (em Recife), e propusemos a análise de uma cena em vídeo. Esses materiais podem ser acessados AQUI.
Além disso, as demandas de acessibilidade comunicacional focaram nos participantes surdos ou ensurdecidos, atendendo-as a partir de intérpretes de LIBRAS na turma em Recife e da inclusão de legendas nos filmes.
Desta forma, F(r)icções trata-se de uma ação que descentraliza e interioriza o exercício da crítica cinematográfica em cidades que possuem escassas atividades de formação nesse recorte. Isso reforça o caráter social deste projeto em difundir a produção de conteúdo como eixo relevante da inclusão digital e social, permitindo que os participantes exercitem a exposição de suas reflexões a partir do suporte que mais lhes interesse.
Assim, essa formação visa atender às demandas percebidas na primeira edição, visando aprimorar a qualificação destes profissionais, aumentando a quantidade de empregos formais nesse campo e realização de projetos de intercâmbio, curadoria, pesquisa e preservação desenvolvidos por esses aprendizes.